O Agroecologia em Rede (AeR) é uma ferramenta de Ecologia de Saberes a serviço da construção do movimento agroecológico. Um movimento emergente que reconhece, valoriza e promove a interação entre diferentes saberes associados a práticas emancipatórias coerentes com os princípios e valores da agroecologia. Como uma plataforma virtual, o Agroecologia em Rede oferece uma infraestrutura composta por tecnologias da informação em software livre para que redes do campo agroecológico se auto identifiquem e mapeiem suas experiências a partir de critérios e categorias por elas mesmas estabelecidas.
Ao proporcionar conceitos e instrumentos apropriados para que redes territoriais e temáticas se auto-representem, o Agroecologia em Rede contribui para a sistematização de dados e informações úteis para a realização de exercícios reflexivos no âmbito das próprias redes. Para tanto, além de compor mapas para a representação da distribuição espacial das organizações e experiências integradas às redes cartografadas, a plataforma gera relatórios segundo níveis de agregação de dados e recortes analíticos definidos por seus usuários.
Como um rio de águas agitadas alimentado a cada momento por novos afluentes, a base de dados do AeR se amplia e se renova continuamente com os dados e informações aportados por novos mapeamentos. Com essa configuração, a arquitetura da plataforma reflete um padrão em redes para a organização da informação. Parte das redes autônomas e as articulada entre si por meio de um conjunto de identificadores comuns, tais como temas mobilizadores e organizações. Dessa forma, o Agroecologia em Rede contribui na dinamização de fluxos de informação e interatividade entre sujeitos (individuais e coletivos) vinculados às redes que conformam o campo agroecológico.
A plataforma virtual reflete um trabalho cotidiano construído por muitas mãos, em um processo amplo e participativo de reconhecimento e escuta. Aqui, todas as experiências populares de resistência têm voz, e a voz de uma amplifica a do outra.
Princípios Éticos e Políticos
A plataforma AeR representa um dos principais ambientes de convergência e diálogo político e metodológico entre diferentes iniciativas populares em curso no Brasil e na América Latina. Congrega iniciativas populares ou acadêmicas integradas em um só ambiente concebido para a prática da ecologia de saberes.
Construída ao longo de vários anos e contando com a cooperação de muitas pessoas e organizações, o AeR disponibiliza tecnologias da informação e metodologias para produção e partilha de conhecimentos coerentes com os fundamentos que fazem da agroecologia um movimento portador de ideias e ideais contra-hegemônicos.
Uma plataforma onde todas as experiências populares têm voz e a voz de uma amplifica a da outra.
O Agroecologia em Rede (AeR) é um sistema de informações criado no início dos anos 2000, fruto de um esforço coletivo animado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pela Cooperativa Eita e por um conjunto diverso de redes e organizações.
O AeR é composto pelo Núcleo Operativo Político Pedagógico (NOP), que atua na articulação política do projeto, acompanhando de perto as frentes de trabalho e fazendo decisões estratégicas e operativas. Junto ao NOP, há a Secretaria Executiva, que anima os processos e ativa as redes, organizações e curadorias, garantindo a integração entre as frentes de trabalho. No centro, há o Coletivo Ampliado do AeR, o principal espaço de plenária onde são feitas as ações coletivas e compartilhadas as informações sobre todas as frentes.
O AeR se organiza em dois grandes processos: as Frentes Mapeantes, que são projetos específicos que fazem o processo de pesquisa e sistematização de experiências utilizando a plataforma, e as Frentes de Cuidado e Organização, que organizam a gestão interna, como a comunicação, o apoio técnico e a articulação entre as frentes. Dessa forma, possibilitamos que o AeR seja um espaço de encontro, de articulação e de construção do conhecimento agroecológico em rede e de forma colaborativa.
Histórico do Agroecologia em Rede
A nascente desse potente processo coletivo é o ano de 2002, onde nasce a ferramenta voltada para olhar as tecnologias sociais e a sistematização de experiências agroecológicas. o AeR já foi um banco de dados de tecnologias apropriadas e fez a catalogação de mais de 2.500 experiências em agroecologia. Conheça nossa história!
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) é um espaço de articulação e convergência entre movimentos, redes e organizações da sociedade civil engajadas em experiências concretas de promoção da agroecologia, de fortalecimento da produção familiar e de construção de alternativas sustentáveis de desenvolvimento rural. Atualmente a ANA articula 23 redes estaduais e regionais, que reúnem centenas de grupos, associações e organizações em todo o país, além de 15 movimentos sociais de abrangência nacional.
A Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) reúne profissionais e estudantes dedicados à construção do conhecimento agroecológico. Desde sua criação, em 2004, a ABA-Agroecologia busca apoiar e organizar eventos de socialização de conhecimentos; manter publicações para a divulgação científica e técnica; dialogar com a sociedade sobre questões socioambientais; analisar e propor políticas públicas coerentes com os desafios contemporâneos; e defender a proteção da biodiversidade como condição indispensável para o alcance de agroecossistemas sustentáveis.
Fundada em 1900, a Fiocruz é pautada pela promoção da saúde e do desenvolvimento social, pela geração e difusão do conhecimento científico e tecnológico e pela promoção da cidadania. Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz se apresenta como a mais destacada instituição de ciência e tecnologia em saúde da América Latina. A reestruturação do AeR começou em 2018 no contexto de uma cooperação técnica entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a ANA.
Fundada em 2011, e formalizada em 2014, a EITA – Cooperativa de Trabalho Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão atua junto aos movimentos sociais do campo popular, em suas lutas pela economia solidária, reforma agrária, agroecologia, saúde e justiça social.