O município de Itatiba do Sul possui um número significativo de famílias que vivem exclusivamente da agricultura (em pequenas propriedades), em áreas dobradas (termo utilizado na região para dizer dos terrenos montanhosos e acidentados), impossibilitando o cultivo e a sustentação das famílias somente com a produção de grãos, que era o que se apresentava como possibilidade durante algum tempo. Muitas famílias migraram para o cultivo de fumo, pois viabilizava a geração de renda em áreas pequenas, embora num sistema de integração vertical, com uma elevada utilização de produtos químicos e grande exigência de mão de obra.
A partir de uma avaliação de que o município ainda possuía um número significativo de famílias no meio rural, mas com êxodo crescente, as entidades buscaram na agroecologia uma alternativa de diminuição do consumo de agrotóxicos, geração renda em áreas pequenas e tentativa de manter as famílias no meio rural. Também havia uma boa receptividade das famílias para novas iniciativas.
Também nesse processo, muitos empecilhos foram sendo colocados no desenvolvimento da agroecologia, como, por exemplo:

Caracterização das famílias que entravam no processo como “famílias atrasadas” — isso por parte de outras famílias, que eram mais estruturadas ou que não acreditavam na transição. Esses comentários depreciativos vinham, também, dos representantes das empresas e comércios.
Inicialmente, a comercialização dos alimentos era algo difícil.
Distância do município de Itatiba do Sul da cidade polo da região, Erechim, que fica a 6 km, com difícil acesso.
Pouco capital de investimento das famílias em meios de transportes para se interligarem e conectarem-se a espaços mais longos de comercialização (a maioria não possuía veículo).

Esses entraves foram sendo superados com o tempo, com trabalho e persistência das famílias e da assessoria, que foram mostrando, na prática, que é possível produzir alimentos saudáveis e, além disso, gerar renda às famílias em pequenas propriedades.